Segundo informações da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o setor de e-commerce deve faturar no Brasil cerca de R$ 169,5 bilhões este ano, 5,3% a mais do que em 2021, considerado recorde. Embora os números sejam animadores, evidenciando que mesmo após o auge da pandemia os brasileiros estão mais dispostos a utilizar plataformas online para realizar suas compras, ainda há quem se sinta vulnerável no momento da transação financeira online.
Uma pesquisa realizada no ano passado pelo Observatório Febraban (Federação Brasileira de Bancos), mostrou que 86% dos brasileiros temem ser alvo de fraude bancária. O número de entrevistados com medo de serem alvos de violação de dados é representativo mesmo com 42% deles apontando que enxergam uma evolução positiva na proteção de seus dados nos últimos cinco anos.
Nesse cenário, para o e-commerce, a segurança de todos os agentes envolvidos no processo e, principalmente, do consumidor deve ser garantida. Uma das alternativas que tem ganhado espaço entre os gestores do e-commerce é o recurso de tokenizar cartões no padrão das bandeiras. A novidade possibilita uma experiência de pagamento digital mais segura porque substitui o número do cartão por um número alternativo, chamado de DPAN (dynamic primary account number), e um criptograma que serve de token e é gerado pela bandeira do cartão junto ao banco emissor. Esse mecanismo todo cria um processo de substituição de dados sensíveis do cartão do portador por toda cadeia de pagamento, mitigando o risco de comprometimento da informação. Os token bandeira são válidos somente para uso do estabelecimento comercial que cadastrou o token e, se vazados, não são possíveis de serem utilizados para realizar novas vendas. Essa ferramenta está se tornando uma maneira eficaz de cumprir a promessa de um processo de pagamento mais transparente e seguro, ao mesmo tempo em que alcança melhores taxas de aprovação para os gestores do e-commerce.
No mercado brasileiro, o token bandeira também é reconhecido pelos nomes de network token, token EMVCo ou token de pagamento e esse recurso é fornecido por cada uma das principais bandeiras de cartões como Mastercard, Visa e Elo.
Aumento de segurança
Criptogramas são usados para cada transação a ser processada pela loja virtual, bem como para a primeira de uma série de transações recorrentes ou programadas iniciadas pelo comerciante. Diferente da criptografia, os tokens não têm nenhuma relação direta com os dados originais, portanto, eles não podem ser revertidos para o formato original, coisa que é possível com dados criptografados. Essa vantagem da tokenização traz muitos benefícios, como: blindagem contra hackers; adaptação às carteiras digitais; independência de um objeto físico, como um cartão; fidelização de clientes ao fornecer uma excelente experiência de compra, muito segura e rápida; além de estar de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Melhor performance de conversão
Para que cada token bandeira seja criado, o emissor do cartão recebe informações que permitem identificar características o portador do cartão e identificar o estabelecimento comercial que vai utilizar o token. Por conta desse processo de confiança na criação dos tokens, os emissores terão mais informações para autorizar uma venda futuramente, aumentando a conversão. Outra característica importante é que caso o portador tenha seu cartão atualizado após uma expiração ou bloqueio definitivo, o token bandeira é automaticamente atualizado pelo emissor. Em outras palavras, o serviço de “account updater” já nasce embarcado no token bandeira. Isso cria uma experiência mais perfeita e sem atritos para o cliente e o varejista. O resultado final: taxas de aprovação mais altas e aumento da receita.