Pagamentos por aproximação, QR Code, recorrência, tokenização, link de pagamento para vendas via redes sociais... a pandemia intensificou o movimento de digitalização que já vinha acontecendo há alguns anos no setor de meios de pagamento. As transações digitais tornam-se cada vez mais comuns entre brasileiros, especialmente com o surgimento do Pix, sistema eletrônico de pagamentos instantâneos do Banco Central.
Mas quais são as perspectivas para o futuro? Os cartões de crédito e débito serão substituídos pelo Pix no varejo? O e-commerce tomará o lugar das vendas presenciais?
Para discutir essas e outras questões relevantes para lojistas, varejistas e consumidores, convidamos Rogério Signorini, diretor de produtos e-commerce da Fiserv América Latina, para uma conversa sobre o futuro dos meios de pagamento no Brasil.
Entrevista com Rogério Signorini, diretor de produtos e-commerce da Fiserv América Latina
Quais as principais mudanças em curso em relação aos meios de pagamento e expectativas para os próximos anos?
RS: A digitalização cada vez maior das pessoas é a principal mudança. No ano passado, vimos uma transição do pagamento em dinheiro para pagamentos eletrônicos, uma tendência acelerada por uma série de fatores, incluindo o fornecimento eletrônico do auxílio emergencial para a pandemia e novas iniciativas como o PIX. Com isso, muitas pessoas deram seus primeiros passos no universo dos pagamentos digitais.
Além disso, há ainda uma tendência muito forte de tornar o pagamento eletrônico uma realidade comum em todo o mundo, não apenas no Brasil. Não será uma única solução que vai substituir todas as outras, mas a facilidade de uso torna-se o fator determinante de quais tecnologias serão bem-sucedidas no mercado.
Devemos ter uma reversão da parte do avanço nas vendas online quando superarmos o perído de pandemia?
RS: A pandemia trouxe uma situação inédita para o varejo. Muitas pessoas que nunca realizaram compras online, o fizeram pela primeira vez em 2020, e perceberam que este tipo de transação pode ser prático e seguro. No entanto, acredito que, com a superação do isolamento social, o crescimento do e-commerce continuará forte, mas provavelmente não tão acelerado como observamos no último ano. Afinal, o comércio físico ainda é grande parte da cultura dos brasileiros.
Quais os próximos passos do Pix? Ele substituirá outras formas de pagamento no varejo?
RS: Diferente da ampla e rápida aceitação dos usuários finais, a utilização do Pix no varejo ainda é tímida. Mas, para o varejista, ofertar o maior número possível de meios de pagamento é muito importante. Hoje e no futuro, acredito que o Pix conviverá simultaneamente com outras formas de pagamento. As maquininhas de cartão (terminais POS), por exemplo, mantêm sua relevância no varejo e já acompanham as novas tendências do setor – como a aceitação de pagamento contactless e QR Code.
Como a Fiserv atua para acompanhar as inovações do mercado e tornar as experiências de compra e venda mais fluídas?
RS: A Fiserv é comprometida globalmente com a inovação. Estamos presentes no mundo inteiro, acompanhando as últimas tendências do mercado e trazendo soluções inovadoras para o mercado brasileiro. Também estamos trabalhando, desde o ano passado, em um amplo projeto de usabilidade de nossas soluções e plataformas. O nosso objetivo é entregar, cada vez mais, experiências de venda e compra superiores para nossos clientes e os consumidores finais.
Saiba mais sobre as tendências no mercado de pagamentos e como a Fiserv integra este movimento global de inovação.