
É curioso o fato de que daqui a 50 anos, o dinheiro físico será lembrado apenas como parte da nossa história. No Brasil, o Real Digital (RD), criptomoeda garantida pelo Banco Central, está a caminho e aos poucos fará parte do nosso dia a dia transformando a forma como lidamos com pagamentos e finanças.
Segundo o Banco Central, a moeda visa simplificar o processo de movimentação do dinheiro, em compras no varejo, investimentos, crédito e transações bancárias, tornando o consumidor ainda mais conectado ao mundo digital, promovendo a inclusão financeira. Ou seja, o BC não tem a intenção de criar uma nova criptomoeda, que hoje é mais utilizada por investidores e no mercado de especulação, e sim dinheiro que será usado para as atividades do dia a dia.
Enquanto a autarquia federal alinha suas diretrizes buscando desenhar um sistema financeiro mais aberto e realizar um teste do piloto do RD, inclusive querendo servir de exemplo a outros países, podemos refletir no que a nova forma de dinheiro pode impactar o varejo.
Invariavelmente, os brasileiros são early adopter e estão cada vez mais adeptos a meios de pagamentos digitais. Podemos observar carteiras digitais, o Pix e o QR Code em peso nos pagamentos tanto em lojas físicas, quanto virtuais. Segundo pesquisa Carat Insights - Tendências dos Meios de Pagamento para 2023, 3 em cada 4 pessoas fazem ao menos uma transação por semana com o Pix. E, nos próximos 10 anos, o levantamento mostra que o Pix deverá ser o método de pagamento preferido pelos brasileiros, com 87% dos consumidores dizendo que planeja usá-lo, seguido por carteiras digitais (80%) e pagamento por QR Code (78%).
Assim como o Pix foi bastante aceito e um trampolim para a inclusão financeira, substituindo inclusive outros meios para a quitação de dívidas, a expectativa com o Real Digital é digitalizar o consumidor e trazer mais agilidade e segurança nas transações. Tudo isso contribui para o setor de pagamentos para levar mais inovação ao varejo que impacta na experiência e conveniência do consumidor final.
Uma transação com o Real Digital ocorrerá assim como outros meios de pagamento, mas de forma simplificada e mais acessível, porque toda infraestrutura que será criada por trás vai permitir o acesso a outras tecnologias, como os contratos inteligentes e o dinheiro programável, por exemplo. Pagamentos e transações poderão ser iniciadas por objetos como veículos e geladeiras, de forma autônoma, dispensando bancos e demais intermediários.
O dinheiro na forma digital também trará mais segurança ao varejista que não precisará guardar um volume muito grande de papel-moeda em caixa e ainda tornará as transações ainda mais ágeis.
Real Digital e sustentabilidade
O objetivo da tecnologia é sempre otimizar processos com eficiência gerando menos custos operacionais. No caso do Real Digital, a não emissão de papel vai reduzir custos de impressão, como acontece com os cartões virtuais e contribuir com o meio ambiente. Só para ter uma ideia, o Conselho Monetário Nacional (CMN) gastou em 2020, ano atípico de impressão de moedas, um extra de 437 milhões de reais para imprimir mais de 100 bilhões de reais em cédulas.
Com base nesses aspectos e com a percepção dos clientes finais pretendemos, cada vez mais, apoiar a transformação digital do varejo com inovação e tecnologia.
Siga a gente no LinkedIn, Twitter e Facebook e saiba como oferecer a melhor experiência ao consumidor.